1997-2000

 

Entre 807 Teses e Dissertações, 21 se enquadram no assunto pesquisado, dentre estas, 5 abordagens diretas; em 16 trabalhos é perceptível tangenciamento, apenas 7 respostas obtidas e dentre estas 4 confirmações positivas de tangenciamento à temática LGBT.

 

Abordagens Diretas:

 

UNISINOS – 1999 – DISSERTAÇÃO

Autor: SILVA, Alexandre Rocha da

Título: A dispersão na semiótica das minorias: interpretações dos sentidos produzidos pelo jornal Folha de São Paulo referentes às homossexualidades e aos racismos em 1997

Orientador: BENTZ, Ione Maria Ghislene

A dissertação 'A dispersão na semiótica das minorias' estuda as semioses engendradas pelas minorias, no jornal Folha de São Paulo, como atos de comunicação. Tal perspectiva, ao impor a primazia dos processos de comunicação sobre os sistemas de significação, desloca o foco da pesquisa das teorias dos códigos para as teorias da produção sígnica, aqui abordadas do ponto de vista das dispersões que produzem em relação à cultura das mídias, hegemônica nas sociedades capitalistas ocidentais. Entre as diversas opções capazes de tematizar minorias, este trabalho aborda aquelas associadas aos regimes sexuais e racistas, por se considerar que esses regimes caracterizam as comunicações no século XX. Assim, as homossexualidades tematizam as dispersões no âmbito da sexualidade e os racismos constituem as técnicas que estabelecem o contexto em que negros, muçulmanos, estrangeiros, índios, latino-americanos e homossexuais são identificáveis. A escolha das minorias como tema e a definição da dispersão como metodologia capaz de reconhecer, por indicialidade, regimes de signos diferentes desse hegemônico que se mantém pela diluição dos sentidos, constituem a proposta desse trabalho, cujo objetivo geral - a construção de uma semiótica das minorias - só poderá ser alcançado se articulado com outros fazeres, talvez acadêmicos, comprometidos com a produção de sentidos.

Palavras-chave: Semiótica , Imprensa , Minorias

 

PUC/SP – 1997 - DISSERTAÇÃO

Autor: PATASSINI, Paola

Título: As filhas de Deméter: o cordão umbilical da cosmogonia feminina

Orientador: SAPORITI, Elisabeth

Bruxas, princesas, evas ou liliths, as mulheres, possuem um cordão umbilical com a mãe imaginária que transcede a mãe biológica e se origina de uma ligação mais distante com a mãe primeva. O mito grego de Deméter e Perséfone desvela, com sua linguagem rica de significados, alguns elementos constitutivos da cosmogonia feminina, tais como a lua , a serpente, a morte, o nascimento e a sexualidade. É nucleado na relação amorosa entre Deméter e sua filha Perséfone, que é raptada por Hades, o deus das profundezas infernais. Deméter é uma das representações da grande deusa ou grande mãe, cultuada na antiguidade antes do patriarcado. Paradigma das relações afetivas entre mulheres, portanto homossexuais no sentido mais amplo da palavra (genitalizadas ou não), o mito estimula reflexões sobre uma autoconsciência do feminino manifestada quando a mulher é objeto de cultivo da própria mulher na relação com seus pares de "iguais" no domínio da sexualidade. Por outro lado, ele também confronta esse "cosmos" de duplos femininos com a heterossexualidade. A lua é o novelo onde se desenrola o cordão umbilical da cosmogonia feminina, através do mito das deusas, perfazendo os ciclos psíquicos e existênciais da mulher nas quatro fases lunares que dividem a dissertação. Este trabalho propõe-se a constatar a importância e a sobrevivência do mito na modernidade através de um mosaico, onde ele se desdobra pelas vertentes da leitura, da arte e de uma religiosidade constituída, principalmente, pelos "mistérios eleusinos" que se originaram do mito. O lesbianismo, presente na amorosidade entre as mulheres a partir da relação mãe e filha, emerge de Safo a Madona, passando pelos contos de fadas e pela análise de um conto inédito de Lygia Fagundes Telles. Subjacente à simbologia de um lesbianismo emergente nos anos 90, se evidenciou o anseio por uma feminilidade superlativa e compensatória no equilíbrio andrógino entre masculino e feminino, considerando-se que a sociedade patriarcal e falocêntrica tem sistematicamente reprimido o feminino em homens e mulheres. Num circuito de significações matizadas na simbologia andrógina do branco (masculino) e do vermelho (feminino), se pontuou as evidências (encobertas) do homoerotismo feminino, projetadas na constelação arquetípica do mito de Perséfone e Deméter, incluindo a figura complexa e emergente da lésbica, camuflada em perfis caricaturais desde as bruxas dos contos de fadas até o vampirismo entre cinderelas, sapatões e lesbian chics. Só mais recentemente, descoberta pela mídia, a lésbica tem sido representada com os traços de uma nova persona homossexual, mais afastada do estereótipo, e apresentando importantes vertentes míticas e metafóricas nos tempos da aids e do retorno de Hades e Perséfone em paradigmas que se transformam e se re-significam na linguagem erótica humana e na comunicação entre gêneros. É empregada uma abordagem interdisciplinar, intercalando elementos da psicologia, da sexualidade humana, das ciências da religião e da semiótica da cultura, à luz da contribuição de importantes pesquisadores, como: Mircea Eliade, Joseph Campbell, Françoise D’Eaubonne, entre outros.

Palavras chave: Mito, Gênero, Minorias.

 

UMESP – 1997 – DISSERTAÇÃO

Autor: BARBOSA, Jackson da Silva

Título: Gayleria: um estudo sobre o tratamento que a Folha de São Paulo dispensa ao homoerotismo

Orientador: REIMÃO, Sandra Lúcia Amaral de Assis

Este trabalho tenta identificar e discutir o tratamento que o jornal Folha de S. Paulo dispensa à questão homoerótica. Tem como base de análise os títulos, antetítulos e subtítulos de matérias publicadas no caderno São Paulo, de 13 a 26 de junho de 1995, período em que ocorreram, na capital do Rio de Janeiro, o 3° Encontro Nacional de Travestis e Liberados e a XVII Conferência Mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas.

Palavras chave: Jornalismo , Minorias , Imprensa

 

UFRJ – 1999 – TESE

Autor: BARROS, Sebastião Amoêdo de

Título: A resiliência da comunicação, ou a mudança dos valores pela midiação da cultura

Orientador: HILL,Telenia Terezinha de Senna

Estudo sobre a mudança de valores através da pressão exercida pelos veículos de comunicação de massa, notoriamente o medium televisão, estabelecendo verdadeira força resiliencial. Identificação das instâncias dos valores nas escolhas individuais e coletivas dos diversos sujeitos comunicacionais e seus níveis de mudanças ou adaptações naquilo que a mecânica identifica como "resiliência". Pesquisa documental e de campo para demonstrar processos resilienciais ocorridos na sociedade brasileira contemporânea, como o anti-tabagismo, a inserção de uma categoria emergentes no consumo, a visibilidade da cultura gay e da cultura negra. Análise sobre novos valores a serem resilienciados na bioética. Alerta sobre a possibilidade de um cisalhamento na cultura, tendo em vista a persistência de preconceitos, notoriamente contra os negros.

Palavras chave: Mídia , Cultura , Comunicação de Massa

 

UFRJ – 1998 – DISSERTAÇÃO

Autor: GOMES, Pedro Stephan

Título: Às vésperas do ano 2000

Orientador: HOLLANDA, Heloísa Helena Oliveira Buarque de

A dissertação enfoca explicitando a posição do sujeito observador, cenas urbanas em determinados territórios onde é exercida a sociabilidade homossexual e onde são analisadas as várias formas de violência e discriminação a este segmento político-cultural.

Palavras chave: Minorias , Violência , Sociabilidade , Espaço Urbano