2001-2002

 

Entre 1644 Teses e Dissertações defendidas em PPGCOM no Brasil, 7 abordam diretamente a temática das homossexualidades e, além dessas, um tangenciamento foi identificado e confirmado.

 

Abordagens Diretas:

Nível: Mestrado

Título: Cor de Rosa e Carvão: o discurso positivo da diferença.

Autor: HORA, Antônio Carlos da

Palavras Chave: Grupos Étnicos,   Homossexuais,   Minorias,   Discurso,  Imprensa.

Ano: 2000.

Universidade: UFRJ.

Orientador: SILVEIRA JUNIOR, P. M..

Resumo: Estudo da (re)construção de uma nova identidade de negros e homossexuais através das capas das revistas "Raça" e "Sui Generis", as quais utilizam-se de um discurso afirmativo da diferença apoiado em imagens. Para isso, buscou-se traçar um paralelo entre o processo de globalização e a ascensão social, política e econômica destes dois segmentos, até então estigmatizados e relegados a um segundo plano.

 

 

Nível: Mestrado

Título: Discurso da Telenovela sobre a Homosexualidade, O.

Autor: TREVIZANI, Willian Caldas

Palavras Chave: Telenovela,  Homossexuais,  Minorias.

Ano: 2002 .

Universidade: UMESP.

Orientador: GONÇALVES, Elizabeth Moraes.

Resumo: Procurou-se detectar aspectos científicos sobre a homossexualidade na novela "Roda da vida", exibida na Rede Record. A pesquisa serviu como referência para um levantamento sobre como a telenovela tem tratado a questão da homossexualidade. O tema é um dos que têm servido para dar sustentação a essas produções televisivas, que procuram criar identificação com o telespectador por meio da abordagem de assuntos da realidade.

Nível: Mestrado

Título: Estilo Sui Generis de Vida Gay: identidade e esfera pública, O.

Autor: LIMA, Marcus Antônio Assis

Palavras Chave: Identidade,  Homossexuais,  Sui Generis (revista).

Ano: 2000.

Universidade: UFMG.

Orientador: MAIA, R. C. M..

Resumo: A intenção de nosso estudo foi entender o modo pelo qual a mídia contribui para os processos de formação da identidade no mundo contemporâneo. Desse modo, procuramos na revista Sui Generis, publicação de e para homossexuais, subsídios que pudessem nos ser úteis na elucidação dos mecanismos da constituição da identidade, e de modo mais específico, na consolidação daquilo que tratamos como "cultura gay", no momento contemporâneo. Nossa escolha pelo "estilo de vida gay" levou em conta o fato de que as complexas transformações na organização da homossexualidade e na experiência da vida homossexual são moduladas pelas mudanças históricas e estruturais mais amplas do mundo atual. Em nosso percurso, buscamos apreender as diversas abordagens sobre a etiologia da homossexualidade, evidenciando as correntes essencialistas e as que propõem que a identidade é uma construção social. Buscamos também compreender o papel das tradições e da memória coletiva na formação da identidade, conectando esse entendimento à noção atual de comunidade. Por fim, questionamos a existência de uma esfera pública onde questões pertinentes ao universo homossexual pudessem ser dadas a ver e eventualmente discutidas. Nosso objetivo foi o de buscar compreender a revista Sui Generis como espaço privilegiado de visibilidade e de tematização das questões referentes à tribo gay. Como objetivo específico, procuramos identificar o vocabulário estético - a linguagem, a moda usada, os traços comportamentais etc. - que a revista apresenta como sendo representativo da "cultura gay" brasileira. Trabalhamos com a hipótese de que a revista Sui Generis pode ser encarada como uma materialidade simbólica que expressa uma estética com os traços característicos da cultura gay.

 

Nível: Mestrado

Título: Matou a Bicha e foi ao Cinema. A representação da homossexualidade nos programas televisivos populares: um estudo sobre ética, violência e educação na mídia brasileira.

Autor: GONÇALVES, Luiz Cláudio Sisinno de Aragão

Palavras Chave: Homossexuais,  Televisão,  Comunicação Popular,  Minorias.

Ano: 2000 .

Universidade: UFRJ.

Orientador: PEREIRA, Carlos Alberto Messeder.

Resumo: Este estudo buscou entender e não julgar o porquê da opção por uma visão chocante, sensacionalista, violenta, de mau gosto e desprovida de qualquer senso ético por parte dos programas televisivos populares ao abordar os mais diversos temas, dentre eles a homossexualidade. Assim como os efeitos causados por essa forma de abordagem. O estudo foi divido da seguinte maneira: num primeiro momento, foi traçado um breve histórico dos programas televisivos populares, buscando paralelamente analisar como se constrói a estrutura desses programas e como eles atuam sobre seus participantes e a massa de telespectadores; num segundo momento, foi estudada especificamente a questão da homossexualidade quando retratada nesses programas, fazendo um contraponto com outras atrações das TVs abertas.

 

Nível: Mestrado

Título: Visibilidade Gay, Cotidiano e Mídia: Grupo Arco Íris - consolidação de uma estratégia. Um estudo de caso.

Autor: ANDRADE, Augusto José de Abreu

Palavras Chave: Grupo Arco-Íris (grupo de auto-ajuda), Homossexuais,  Mídia,  Minorias.

Ano: 2002 .

Universidade: UNB.

Orientador: SILVA, Denilson Lopes.

Resumo: Esta dissertação visa evidenciar a luta simbólica com a qual participantes do Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual - RJ, GAI (1993- ...) defrontaram-se, na construção de suas identidades gays e da identidade do grupo. Parte de um ponto de vista no qual as homossexualidades são tratadas como fatos históricos, socioculturais, discursivos e midiáticos. Resulta das entrevistas realizadas com os indivíduos presentes na primeira foto registrada de uma reunião do GAI e da minha própria participação no grupo. Inicia-se com aspectos de nossas histórias de vida e destaca nossas passagens pelo grupo. A identidade do Grupo delineou-se num quadro marcado pelos preconceitos e discriminações decorrentes da epidemia do HIV/AIDS, assim como pela discussão pública em torno da aprovação do Projeto de União Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo da ex-deputada federal Marta Suplicy. A sua constituição social representou o estabelecimento de uma estratégia urgente que se opusesse à "epidemia discursiva da AIDS", ou seja, ao recrudescimento de discursos conservadores, de representações dos "gays" associados a pecado, doença, desvio, ilegalidade, submissão e, sobretudo, à morte. A luta pela Visibilidade e criação de referenciais elaborados dos pontos de vista dos "homossexuais", principalmente através dos meios de comunicação, que caracterizariam essa estratégia, passaram a ser entendidos como fundamentais no reordenamento dos diversos discursos acerca das "homossexualidades", ou seja, nas relações por orientação sexual, relações de poder. Entendiam que naquele momento a associação homossexualidades/morte/AIDS visava solapar o seu direito a existir. A tentativa seria a de assumir, num plano simbólico, um lugar de falar de igual para igual com as heterossexualidades.

 

Nível: Mestrado

Título: Repórter Eros. O sexo no jornalismo de revistas masculinas, femininas e gays.

Autor: COSTA, Valmir José da

Palavras Chave: Jornalismo,  Revistas,  Erotismo,  Gêneros .

Ano: 2001.

Universidade: USP.

Orientador: BUITONI, Dulcília Helena Schroeder .

Resumo: "Repórter Eros" é o resultado de um estudo sobre o interesse jornalístico de explorar a sexualidade humana como produto de informação . A pesquisa mostra como o sexo era tratado a partir do período de surgimento do jornalismo impresso. Naquela época, começaram a aparecer muitas regras de decência para controlar a sexualidade na cultura européia - berço do surgimento da imprensa - regras essas que o curso dos tempos se encarregou de transgredir. O trabalho expõe alguns aspectos revolucionários da história da sexualidade e como o sexo começou a se insinuar na imprensa, relacionando-os com os públicos masculino, feminino e homossexual. Verifica-se, então, o aparecimento de revistas para cada um desses segmentos, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Em âmbito nacional, focaliza-se a chegada do jornalismo impresso nos tempos da Colônia, em 1808, e como era a sexualidade do povo brasileiro naquela época, pontuando o aparecimento de revistas que têm o sexo como principal temática. Nas revistas, o jornalismo sexual é mais expressivo do que nos diários. Por isso, fez-se pertinente uma discussão se os magazines que abordam o tema sexo podem ser considerados jornalísticos. Na construção dessa pesquisa, uma discussão de gênero foi relevante. Por isso, foi feita uma discussão sobre o assunto, inserindo o homossexual como formador da categoria de gênero, assim como o masculino e o feminino. Como é quase impossível abordar sexo sem falar em erotismo e pornografia, esses temas também mereceram uma breve discussão. Por último, como exemplos do tratamento do sexo no jornalismo, "Repórter Eros" analisa as revistas "Nova", "Íntima", "Sexy", "Playboy", "Sui Generis" e "G Magazine" como representantes dos públicos heterossexual e homossexual. A análise mostra a forma, os conceitos, os valores e os tipos de comportamento que as revistas retratam ou transmitem para cada público, ou seja, como o "Repórter Eros" escreve nas suas páginas.

 

Nível: Doutorado

Título: Homoerotismo: a sexualidade no discurso da arte contemporânea.

Autor: GARCIA SOBRINHO, Wilton

Palavras Chave: Artes,  Erotismo,  Estética,  Comunicação Visual.

Ano: 2002 .

Universidade: USP.

Orientador: FABRIS, Mariarosaria.

Resumo: A imagem expressiva, quando posta sob perspectiva homoerótica no campo da arte e da comunicação, provoca a emergência da possibilidade de estudos acerca das discussões das minorias sexuais no Brasil.Ao imbricar imagem e homoerotismo encontro-me diante de uma complexidade que comporta a contemporaneidade.Sob este ponto de vista, articula-se a produção de um saber, experimentado no procedimento teórico para a construção do conceito: a Homoarte.Esta tese tem por objetivo geral estudar a relação entre arte contemporânea e a sexualidade humana vista como uma expressão, em especial o homoerotismo.Deste modo, procuro investigar traços homoeróticos apontados em manifestações visuais contemporâneas, as quais são utilizadas no processo de construção do conceito Homoarte.Assim, elabora-se um percurso metodológico, nomeado como estratégias discursivas da Homoarte, cuja finalidade é possibilitar o trânsito de narratividades imagéticas, fazendo com que essas estratégias se articulem como categorias discursivas.Isso será agenciado sob a descrição densa do evento: o observador diante da imagem.Também estão eleitos dois eixos teóricos - estética e homoerotismo - considerando a estética, a partir de uma perspectiva das artes visuais, como extensão das proposições teóricas encontradas por Mário Pemiola (1997)e o homoerotismo, como categoria crítica, partindo de uma perspectiva da cultura na extensão das proposições teóricas encontradas por Jurandir Freire Costa (1992 e 1995). O objetivo específico está em desenvolver um corpus sobre a poética das Alteridades e a Performance, apoiando-se na noção de fronteira: um recorte conceitual da poética e dos estudos gay-Iésbicos, emergentes no Brasil, à luz das teorias críticas contemporâneas (BHABHA, 1998; CANCLINI, 1998; HUTCHEON, 2000 e MOREIRAS, 2001).