2005-2006

 

Entre 1119 trabalhos, 4 abordagens diretas identificadas e 6 tangenciamentos confirmados.

 

Abordagens Diretas:

AUTOR: COSTA, Valmir José da

ANO: 2006

TITULO: Nas Páginas de Eros: o jornalismo erótico em revistas brasileiras e norte-americanas.

Resumo: Repórter Eros é o resultado de um estudo sobre o interesse jornalístico de explorar a sexualidade humana como produto de informação. A pesquisa mostra como o sexo era tratado a partir do período de surgimento do jornalismo impresso. Naquela época, começaram a aparecer muitas regras de decência para controlar a sexualidade na cultura européia – berço do surgimento da imprensa - regras essas que o curso dos tempos se encarregou de transgredir. O trabalho expõe alguns aspectos revolucionários da história da sexualidade e como o sexo começou a se insinuar na imprensa, relacionando-os com os públicos masculino, feminino e homossexual. Verifica-se, então, o aparecimento de revistas para cada um desses grupos, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Em âmbito nacional, focaliza-se a chegada do jornalismo impresso nos tempos da Colônia e como era a sexualidade do povo brasileiro naquela época, pontuando o aparecimento de revistas que têm o sexo como principal temática. Nas revistas, o jornalismo sexual é mais expressivo do que nos diários. Por isso, fez-se pertinente uma discussão se os magazines que abordam o tema sexo podem ser considerados jornalísticos. Na construção dessa pesquisa, uma discussão de gênero foi relevante. Por isso, foi feita uma discussão sobre o assunto, inserindo o homossexual como formador da categoria de gênero, assim como o masculino e o feminino. Como é quase impossível abordar sexo sem falar em erotismo e pornografia, esses temas também mereceram uma breve discussão. Por último, como exemplos do tratamento do sexo no jornalismo, Repórter Eros analisa as revistas Nova, íntima, Sexy, Playboy, SuiGeneris e G Magazine como representantes dos púbicos heterossexual e homossexual. A análise mostra a forma, os conceitos, os valores e os tipos de comportamento que as revistas retratam ou transmitem para cada público, ou seja, como o Repórter Eros escreve nas suas páginas.

AUTOR: TONON, Joseana Burguez

ANO:   2005

TITULO:  Recepção de Telenovelas - identidade e representação à homossexualidade: um estudo de caso da novela "Mulheres Apaixonadas".

Resumo: Para uma parcela considerável da população brasileira, a telenovela é vista como um dos

principais produtos da televisão nacional e, portanto, da cultura popular e de massa, especificamente, se falarmos das telenovelas produzidas pela Rede Globo de Televisão, que possui know-how em qualidade e padrão de produção para realizar produções como essas considerando a teledramaturgia como carro-chefe dessa emissora. Portanto, o desfio dessa dissertação é compreender de que forma as representações de identidades ficcionais são articuladas pelos receptores durante o processo de recepção a partir do estudo de caso da representação da homossexualidade feminina encenada na novela “Mulheres Apaixonadas” (Manoel Carlos, TV Globo, 2003).

Para respaldar essa problemática, serão utilizados os Estudos Culturais, sob a perspectiva dos pressupostos teóricos de Stuart Hall em relação ao entendimento da identidade e de Nestor Garcia Canclini em relação ao consumo cultural como referenciais teóricos, além das contribuições teóricas de Michel Foucault para melhor compreender o dispositivo disciplinar da sexualidade na constituição das identidades e das subjetividades visando ao desenvolvimento teórico e metodológico para a análise da problemática proposta acima.

AUTOR: PERET, Luiz Eduardo

ANO:  2005

TITULO:  Do Armário à Tela Global: a representação social da homossexualidade na telenovela brasileira.

Resumo: O trabalho aborda as representações sociais do homossexualismo na televisão, especialmente nas telenovelas brasileiras. A partir de uma historiografia sobre o

homossexualismo na ficção seriada brasileira, a Dissertação traça um panorama das várias vertentes que a questão já apresentou. Baseada em teóricos importantes da teoria das representações sociais, como Serge Moscovici, e de um importante aprofundamento nas teorias da comunicação de massa, a pesquisa elegeu como estudo de caso a novela Mulheres Apaixonadas. Como abordagem metodológica, além da revisão bibliográfica, foram realizadas discussões de grupo com adolescentes da mesma faixa etária dos personagensoriundos de escolas com o mesmo perfil daquela onde se passava a trama na novela.

AUTOR:  GOMIDE, Silvia Del Valle

ANO: 2006

TITULO:  Representações das Identidades Lésbicas na Telenovela Senhora do Destino.

Resumo: O objetivo dessa Dissertação é verificar que representações sociais de identidades lésbicas estão sendo construídas pela ficção seriada brasileira no início desse século. Nosso objeto de estudo é a forma como foi representado o casal da novela Senhora do Destino, formado por duas mulheres, Eleonora (Mylla Christie) e Jenifer (Bárbara Borges). A telenovela foi veiculada pela Rede Globo de Televisão em 2004/2005 e atingiu picos de 81% da audiência.

 As duas personagens, ao longo dos oito meses de exibição da trama, passaram por um processo de publicização de sua homossexualidade, optaram por coabitar e chegaram ao fim da narrativa juntas e com um filho adotivo. Com base na teoria Queer para analisar as implicações de gênero dos Estudos Culturais na abordagem das questões que envolvem a comunicação de massa e a teoria das Representações Sociais para verificar como são construídos os estereótipos sobre as lésbicas na sociedade brasileira nesse início de século, realizamos análise de conteúdo das principais imagens e diálogos das personagens.

A fim de perceber algumas formas como o casal foi interpretado pelo público,analisamos os diálogos travados por um grupo de telespectadores em uma comunidade na Internet destinada a comentar o romance do casal Eleonora e Jenifer.

Chegamos à conclusão de que o casal formado por Eleonora e Jenifer representa uma inovação na narrativa ficcional brasileira sobre o amor entre mulheres, por ter sido retratado

dentro dos moldes do amor romântico e, ao fim da história, ter constituído um agrupamento familiar dentro dos moldes heterossexuais – coabitação, monogamia e socialização

de crianças. Ainda que circunscrito dentro da simulação do padrão hegemônico, o casal é tratado de forma discriminatória comparativamente aos casais heterossexuais, sendo

vítima de preconceitos e censura, principalmente em relação às manifestações físicas de afeto. O grupo de espectadores em estudo demonstrou reações ambivalentes sobre a

representação do casal. A satisfação pela conquista de visibilidade na mídia caminhou conjuntamente com a frustração pela discriminação com que o casal foi retratado. Um dos principais e recorrentes desejos desse grupo de telespectadores foi que um beijo romântico entre as duas mulheres pudesse ter sido mostrado na televisão. Também houve demanda pela inserção do amor homossexual dentro do âmbito da “normalidade”, de forma que o casal pudesse ser representado como mais um par na trama ficcional.